domingo, 27 de junho de 2010

Houvera

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Os girassóis já não se lembram de nós.
Nem o tempo nos conhece mais.
A nossa mão é uma lenda para o fogo
a água
o ar
a terra que não mais nos habita.

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Desde que os pássaros morreram no pulmão dos homens,
a esperança migrou para a placenta dos rios
onde seres se curvam às suas fontes
de calcário, erva, peixe, nuvem.

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Los girasoles ya no se acuerdan de nosotros
Ni tampoco el tiempo los recuerda ya
Nuestra mano es leyenda para el fuego
El agua
El aire
La tierra que ya no nos habita


Desde que los pájaros murieron en los pulmones de los hombres,
la esperanza emigró hacia la placenta de los rios
donde seres se tienden en sus fuentes
de caliza, hierba, pez, nube.

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fotografia. Amelia Bauer
texto .Luciana Marinho
tradução.Indigo Horizonte
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Recebi o presente encantador de ter meu texto traduzido para o castelhano pela querida Índigo Horizonte, autora de belo blog.
Você pode visitá-la por aqui
Indigo Horizonte

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fez-se ao mar

a José Saramago
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"Libertemos devagar a terra onde crescem milagres como a água, a pedra e a raiz. Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste."
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"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo."
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"Há um nascer do sol no sítio exacto, à hora que mais conta duma vida, um acordar dos olhos e do tacto, um ansiar de sede inextinguida."
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José Saramago
Portugal, 16 de novembro de 1922 ... Espanha, 18 de junho de 2010
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Fotografia Luciana Marinho

domingo, 13 de junho de 2010

"Canto de Espumas"

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É com alegria que me encontro no
Canto de Espumas. O Canto de Espumas leva nossa sensibilidade a tocar dimensões profundas do Ser preservado em seus mistérios e em sua ancestralidade. Me diz muito sobre um certo olhar para o humano que fascina: o humano que não se desprende da poesia, é irmanado com a natureza e guarda um sentimento místico para com a vida. Deixo aqui o convite para vocês conhecerem esse belo blog. É só se aventurarem pelo link acima.
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Os pés no ar
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E
la
nasceu no ventre dos pássaros.
Nascer no ventre dos pássaros ou no ventre da terra não faz diferença, o mais era a descoberta de saber onde pôr os pés. Cedo, vislumbrou o inverno no profundo de tudo. Dos pulmões, das brisas, dos cantares dos povos. Era a mesma umidade de seus calafrios. A mesma umidade que trazia o outono para as folhas.
Para o inverno ser, as outras estações existiam, pensou... para sabermos dele, para retornarmos a ele. Para Ela aprender a cultivar o calor quando o fogo é uma ínfima fibra em seus olhos.
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Texto e colagem... Luciana Marinho

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