domingo, 30 de dezembro de 2012

reescrita I: águas de clara



 

o mar foi criança para clara.
anêmonas e melros eram rastos da mesma luz,

do ar tomando clara e respirando-a na lucidez das águas.
era no vestido dela que
as pedras marinhas cirandavam
como um cintilar de libélulas.

o mar foi criança para clara
até o instante em que as águas foram vistas em um mapa.

então, arrebataram as barbatanas dos pássaros
arrebataram as asas dos peixes.

conchas se perderam no íntimo quedar das mãos
sobre os corais de luzes.



fotografia    andreas franke
palavras    luciana marinho

6 comentários:

  1. La niñez, las mariposas, el azul, el cazamariposas, el mar y sus alas y sus olas para ti y para Clara. Líricas, como siempre tus palabras, Lu, azules y aladas. Y la imagen que has elegido, sutil y alada también, como tus hermosas palabras. Besos y mi cariño, Lu, hoy y siempre.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. é tão singela essa imagem de franke.. perco-me olhando para ela, banhando-me nessa infância, nesse cruzamento de mundos.

      também são singelas tuas palavras... fico grata.

      grande abraço!

      Excluir
  2. [como à imensidão dos mares

    a vastidão da palavra que o sabe como povoar,
    olhar por dentro, universo
    o mar adentro duma criança.]

    um imenso abraço, Luciana

    Leonardo B.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. saber como povoar... o mar, a terra, a infância que vive em nós e que, às vezes, fica tão desabitada.

      lindas palavras, leonardo.

      abraço!

      Excluir
  3. Sutil e encantador poema, Luciana.

    Muito lindo!

    Quero um novo ano maravilhoso para você!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. um 2013 fabuloso para você também, will.
      vamos nos visitando.

      abraços!

      Excluir

Partilha

Nome

E-mail *

Mensagem *