quem viveu nessa casa além de nós?
anna akhmatova
desce-me como uma sede
a réstia do que sou, amortecida, fundida em pedra.
dálias ladeiam os vergões do corpo,
as frestas da casa na abertura dos olhos.
há uma voz, funda, que não fala do dia seguinte.
água de minhas mãos
despenhadeiro rodeando
meu pescoço.
meu pescoço.
fotografia aëla labbé
palavras luciana marinho