sexta-feira, 28 de março de 2014

00:00h







descobri que sei guardar segredo.
a água inunda os batimentos cardíacos. 
o olhar se esvai em cobre, potássio, cobalto
diminuto calendário das dores que, na descida, não é tempo, 
é brisa de água. 
a crosta de tudo que desdiz meu nome me reveste com um corpo
mais sonoro: eco de nenhum cão. 
sorvo-me  farpas, vidros, o pântano da primavera em meus pulmões secos.  

sei guardar segredos que matam.










fotografia    robert moses joyce
palavras     luciana marinho

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