sexta-feira, 18 de julho de 2014

outside






minha mão entre a porta, que quer fechar, e a parede.
pressionada em uma das saídas para o mundo.  
nada faz me perder mais do que demorar no chão.
olho o gato esquecido pelo dono e eu esquecida na vértebra arrancada.
o suspiro começa um pulmão de vísceras paginado no diário.
depois de eu nascer,
aquela água na garganta
sem respirar.
minha coluna se ergue
em um som paralisado:  
meu nome 
fora das bocas
omitido no batismo.



fotografia     francesca woodman
palavras     luciana marinho



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